Alergologia
A Alergologia (ou Imunoalergologia) é a especialidade da Medicina que visa o diagnóstico e o tratamento das doenças alérgicas.
As alergias são extremamente comuns e interferem de modo significativo na qualidade de vida das pessoas por elas afetadas. A Alergologia é a especialidade médica que previne e trata as doenças alérgicas.
Na criança as principais manifestações da alergia variam com a idade, bem como os alergénios envolvidos. Os sinais de alergia podem aparecer logo no primeiro ano de vida, sob a forma de eczema atópico, muitas vezes relacionado com a sensibilização (produção de IgE) a alimentos que foram introduzidos precocemente na alimentação do bebé – leite de vaca, ovo, peixe e trigo. A persistência dessa sensibilização pode conduzir ao aparecimento de alergias respiratórias (asma e rinite). Estas surgem muitas vezes pelos 2 anos, sob a forma de dificuldade em respirar, tosse e pieira, muitas vezes nocturna, sintomas típicos da asma e que frequentemente se associa à sensibilização a alergénios domésticos, particularmente os ácaros – criaturas microscópicas, ainda aparentadas com as aranhas, e que existem em quantidades elevadas nas nossas casas, sobretudo nos quartos e nas camas.
A rinite alérgica aparece pelos 3 anos, muitas vezes provocada por ácaros, mas também por grãos de pólen das ervas daninhas e outras plantas, que surgem aos milhões no ar nos meses de primavera. A alergia ao pêlo de animais (gato, cão, coelho ou outros roedores) está associada ao contacto precoce das crianças com estes animais domésticos, logo nos primeiros anos de vida.
Os alergologistas são constantemente abordados sobre o interesse da realização de testes múltiplos que estudam indiscriminadamente intolerâncias / alergias alimentares, pelo que, atendendo às graves consequências que podem provocar na população em geral e nos doentes com alergia em particular e, à semelhança de iniciativas promovidas pelas Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica e Academia Americana de Asma, Alergia e Imunologia, pretendemos informar que:
- 1. A abordagem das doenças resultantes de mecanismo alérgico ou de intolerância a alimentos ou aditivos, deve ser realizada cumprindo os pressupostos da boa prática médica, dependendo de metodologias de diagnóstico clínico e laboratorial bem conhecidas pela comunidade científica nacional e internacional.
- 2. Nos testes ditos de
intolerância alimentar
são determinadas IgG/IgG4 específicas para uma bateria muito alargada de alimentos e aditivos, que habitualmente apenas identificam a exposição prévia ao alimento, isto é, uma resposta normal (fisiológica) do organismo. - 3. A interpretação destes resultados, sem integração numa avaliação clínica apropriada, pode traduzir-se em consequências de extrema gravidade, levando a grandes restrições dietéticas com consequências nutricionais, metabólicas e impacto significativo na qualidade de vida, ainda mais grave quando envolve um grupo particularmente sensível aos desequilíbrios alimentares como são as crianças.
- 4. Estes procedimentos laboratoriais, que em Portugal são maioritariamente requisitados por indivíduos ou profissionais não habilitados ou mesmo por iniciativa própria, e que são promovidos directamente na comunidade, têm sido objecto de comunicados e de artigos científicos em que se alerta para os riscos e consequências claramente lesivas do interesse dos cidadãos, associando-se ainda a custos elevados.
- 5. Neste contexto os testes supracitados não têm qualquer fundamentação científica, não têm utilidade diagnóstica e a sua realização e interpretação no âmbito clínico podem configurar elementos de má prática, não devendo igualmente receber qualquer tipo de comparticipação pelos sistemas de saúde.
- 6. Importa então informar a comunidade e, em particular, os profissionais de saúde, de que estes procedimentos podem ocasionar erros de diagnóstico graves com consequentes riscos na saúde individual e na saúde pública.
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